Filho e neto de pastores, Luther King viveu o seu tempo como um fiel seguidor de Jesus Cristo. Não se conformou com o que acontecia no seu país, não se conformou com o absurdo de viver num país dito democrático e cristão protestante que na sua prática de vida oprimia e subjugava o negro como sendo raça inferior.
King sempre foi uma pessoa que levou a sério a Palavra de Deus, aos quinze anos foi agredido verbalmente por um rapaz branco que gritou para sua irmã não olhar para aquele “preto”, ele disse que no momento da agressão lembrou de uma lição da escola bíblica onde o professor citou o texto que dizia: “Ame os seus inimigos e ore pelos que lhes perseguem, e desse modo você se tornará filho do Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol igualmente para justos e injustos.
Se você ama apenas os que lhe amam, que recompensa terá? ( Mt5:44-46), ele afirmou que essa palavra o fez sentir uma profunda compaixão pelo rapaz. Martin foi influenciado por pessoas cheias de fé, professores de seminário, amigos da universidade, seu pai, que ele fazia questão de dizer que a história de vida dele era o mais marcante testemunho que ele trazia como exemplo.
Martin tornou-se um pastor, sempre pregando a salvação, a não violência e a atitude que um cristão tem que ter diante da vida, buscando ler, aprender e desenvolver a sua vocação em prol do próximo, ele carregou por toda a sua vida uma frase que o seu pai sempre usava: “Quem não lê, vê mas não enxerga”. Martin sempre viveu estimulado que em Deus as coisas podem mudar, sempre foi um pastor envolvido com temas sociais, sempre foi um homem de Deus para a sua cidade, sempre conduziu o seu ministério para servir ao próximo.
No dia 5 de Dezembro de 1955, Martin foi escolhido para presidir a Associação pelo Progresso de Montgomery, uma pequena semente do movimento por direitos civis que varreria os Estados Unidos. Quatro dias antes uma mulher chamada Rosa Louise Parks havia sido presa em Montgomery, Alabama, por se recusar a ceder o lugar num ônibus municipal a um homem branco, essa atitude de Rosa Parks mexeu com os pastores da Associação e o primeiro ato deles foi junto com a comunidade fazer um boicote dos negros ao transporte público, nesse dia Martin disse: “ Chega a hora em que as pessoas se cansam de ser pisoteadas pelo pé de ferro da opressão, chega a hora meus irmãos, em que as pessoas se cansam de ser lançadas no abismo da humilhação”, a nossa ação será sempre a não violência por isso digo: Nenhuma cruz arderá em chamas nas paradas de ônibus de Montgomery, nenhum branco será arrancado de sua casa e linchado, nenhum de nós agirá fora da lei, queremos somente que a justiça prevaleça”.
Um ano antes (1954) Martin estava querendo um pouco de tempo e liberdade para terminar a sua tese de doutorado em Teologia Sistemática pela Universidade de Boston, mas Deus tinha outros planos para a sua vida, que ele aceitou prontamente dizendo: eis me aqui. Os seus discursos em Montgomery ajudaram a acabar com a segregação nos ônibus da cidade, os discursos de Birmingham e do Lincoln Memorial suscitaram a aprovação da Lei dos Direitos Civis(1964), pondo fim a segregação legal das raças, em Selma ele fez um discurso onde pressionou as autoridades a rever as leis para que o negro tivesse direito de votar e ser votado, foi também bem sucedido nessa luta.
Martin condenou a guerra do Vietnã, lutou ainda pelos pobres, pelos trabalhadores que eram explorados pelos patrões, lutou pelas crianças, viveu intensamente o seu pastorado, foi realmente um homem público, veja o que ele falou em uma das suas mensagens: “Não há coroa sem cruz, gostaria que pudéssemos chegar a páscoa sem passar pela sexta-feira santa, mas a história nos diz que devemos passar pela sexta-feira santa antes de chegar a páscoa, essa é a história da liberdade, antes de chegar a Canaã, precisamos enfrentar um Mar Vermelho, precisamos enfrentar o coração endurecido de Faraó”. Esse homem é para mim um exemplo e inspiração, agora pasmem, no Brasil, só temos três livros dele e muito difícil de encontrar.
A Deus toda a glória!!!!
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